terça-feira, 27 de novembro de 2007

Tudo bem

Não darei conta de vomitar os últimos acontecimentos – nem quero –, mas afirmo que a vida vai bem. Hoje, principalmente. E a sensação surgiu no metrô, quando um menininho de 2 anos “estabeleceu contato” comigo. Ele era feio até dizer chega. Branquinho, orelhudo, esquisitinho. Mas sorriu. E eu derreti. Ficamos trocando olhares risonhos até as Clínicas. Então ele acenou e mandou um beijo. Mandei outro, e tivemos tamanha cumplicidade em nossos atos, que, se restasse algum hormônio minimamente maternal em mim, eu teria sido a autora de um seqüestro. Quando cheguei ao trabalho, peguei uma xícara de café, fumei meu cigarro e li o que o Jabor escreveu sobre Proust. Tudo assim, bem simples, calmo, moderado. Mas eu não me incomodei, porque estou passando por um momento igualmente simples, calmo e moderado. Continuo me apaixonando todas as semanas, não perdi a impulsividade dos arianos torpes, bebo além do socialmente. Mas algo em mim relaxou. Sentiu preguiça, caiu no chão, e parece que não sairá de lá enquanto não houver necessidade.